Legisladores americanos podem reabrir caso do Google Street View

Em abril de 2010 a empresa foi acusada de coletar dados pessoais de redes Wi-Fi com os carros do Street View. Relatório da FCC confirma a acusação.
Legisladores dos EUA devem reabrir uma investigação sobre a coleta de dados pessoais de usuários de redes Wi-Fi pelos carros do Google Street View por causa das informações de um relatório da Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (a FCC) que sugere que várias pessoas ao Google sabiam da espionagem. Segundo o relatório, um engenheiro da Google contou a outras pessoas na empresa seu plano de captar informações pessoais de usuários de redes sem fio enquanto os carros passassem por zonas residenciais, e a prática continuou por mais dois anos depois dessa revelação interna.
A Consumer Watchdog, crítica freqüente do Google, pediu à subcomissão de privacidade do Comitê Judiciário do Senado americano para convocar uma audiência sobre a coleta de dados feita pelo Google Street View depois que o próprio Google tomou a iniciativa no fim de semana de divulgar uma versão resumida do relatório da FCC sobre a investigação inciada em 2010, quando o caso foi revelado.
Segundo o relatório da FCC, o engenheiro da Google que decidiu coletar os dados achava que eles seria úteis para a criação de mapas de hotspots Wi-Fi. No entanto, um engenheiro, não identificado, referido no relatório de forma anônima, como Engenheiro Silva, também "pensou que eles poderiam ser úteis para outros serviços do Google", e detalhou seus planos em um documento internet escrito originalmente em outubro de 2006. Ainda de acordo com o relatório da FCC, o Engenheiro Silva concluiu que a coleta de dados pessoais de redes Wi-Fi não seria uma preocupação maior porque os carros do Street View só estariam perto de qualquer rede Wi-Fi por um curto período de tempo, e porque o Google não iria liberar as informações obtidas em forma bruta.
A Google coletou informações de redes Wi-Fi durante dois anos e meio, a partir de janeiro de 2008, afimra o relatório da FCC.
A Consumer Watchdog pediu à subcomissão do Senado que convoque o CEO da Google, Larry Page, para testemunhar e também o engenheiro encarregado pelo Google, concedendo imunidade a ele para que possa falar.
"O Google tem deturpado repetidamente o que ele fez e mudado a sua vesrão sobre o que aconteceu", escreveu John Simpson, diretor da Consumer Watchdog, em uma carta ao senador Al Franken , presidente do subcomitê de privacidade. "A Google está tentando retratar o relatório do FCC como favorável à empresa. Esse não é o caso."
As revelações do relatório confirmam a alegação da Google de que coletar dados pessoais — incluindo o conteúdo de alguns e-mails e os endereços dos sites visitados — foi ideia de um único engenheiro. Mas também sugere que a Google poderia ter agido mais rapidamente para encerrar a atividade, que levou a empresa a pedir desculpas e motivou vários governos a investigar sua política de privacidade.
No início deste mês, a própria FCC multou o Google em 25 mil dólares por tentar impedir a investigação sobre o caso. A Google nega veementemente que tenha tentado impedir a investigação.
Dois representantes da Google não responderam imediatamente a um pedido de comentários sobre a carta da Consumer Watchdog.


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